Paraty – cidade histórica – Viagens Especiais

A bela cidade colonial de Paraty preserva seus encantos naturais e arquitetônicos. Com praias e ilhas exuberantes, cachoeiras pouco exploradas, construções cheias de história, gastronomia de qualidade, festas religiosas e festivais que animam e movimentam a pacata cidade (nos dias rotineiros).

A Cidade de Paraty, no Estado do Rio de Janeiro em 2019 foi reconhecida pela ONU e UNESCO como Patrimônio da Humanidade. É a primeira vez que um local de cultura viva, e não apenas um sítio arqueológico, é declarado patrimônio misto – cultural e natural – na América do Sul. O reconhecimento se estende a Ilha Grande e uma extensa área preservada de mata atlântica na Serra da Bocaina.

Paraty, que na língua tupi, significa “peixe de rio” ou “viveiro de peixes”, era o nome que os índios guaianás davam ao local onde hoje se situa a cidade.

Naquele tempo e ainda hoje, os paratis (peixe de família das tainhas – Mugil Brasiliensis) vêm durante o inverno desovar e procriar nos rios que desembocam na baía de Paraty e depois voltam ao mar. Os colonizadores mantiveram o antigo nome indígena.
Originalmente, o nome era grafado com dois “i”: Paratii, posteriormente, já no século XVIII, aparece a grafia Paraty, com “y”, que foi mantida até 1943, quando a Convenção Ortográfica Brasil-Portugal suprimiu o Y do alfabeto português, porém a cidade preserva seu nome com a grafia original.

Passear no Centro Histórico de Paraty é retornar ao Brasil Colônia, onde é preciso caminhar devagar, devido à preservação das pedras “pés-de-moleque” de suas ruas.

As construções de seus casarões e igrejas traduzem um estilo de época e os misteriosos símbolos maçônicos que enfeitam as suas paredes nos levam a imaginar como seria a vida no Brasil daquela época. A proibição do tráfego de automóveis no Centro Histórico contribui para a preservação.

A cidade foi fundada em 1667 em torno da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, sua padroeira. Teve grande importância econômica devido aos engenhos de cana-de-açúcar (chegou a ter mais de 250), sendo considerada sinônimo de boa aguardente.

No século XVIII, destacou-se como importante porto por onde se escoava das Minas Gerais, o ouro e as pedras preciosas que embarcavam para Portugal. Porém, com a construção de um novo caminho da Estrada Real, desembocando diretamente no Rio de Janeiro, levou a cidade a um grande isolamento econômico.

Após a abertura da Estrada Paraty-Cunha, e principalmente, após a construção da Rodovia Rio-Santos na década de 70, Paraty tornou-se pólo de turismo nacional e internacional.

Em sua área encontram-se o Parque Nacional da Serra da Bocaina, a Área de Proteção Ambiental do Cairuçú (onde está a Vila da Trindade), a Reserva da Joatinga, e ainda, faz limite com o Parque Estadual da Serra do Mar.

Você pode até achar que um final de semana seja mais do que suficiente para conhecer essa cidade, mas acredite, tem muita coisa boa para ver e fazer em Paraty.

Onde ir

. Centro Histórico Colonial (33 quarteirões) pode ser percorrido em um único dia, mas Paraty está localizada em uma região de muitas belezas naturais. Caminhe sem pressa observando a arquitetura e os detalhes de seus casarões preservados, visite suas 4 igrejas que datam dos séculos XIII e XIX (Igreja de Santa Rita, Igreja de Nossa Senhora das Dores, Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, além dos prédios da Casa da Cultura, Teatro-Espaço, Museu Forte do Defensor Perpétuo. Quando a maré começa a subir muitas ruas da cidade ficam alagadas durante certos períodos do dia, o que traz uma sensação de túnel do tempo. Há muito a conhecer e se encantar.

Igreja Matriz De Nossa Sra.dos Remedios 2 — Igreja Matriz Ns Remédios

. Cachaçarias – No século XVIII, as terras paratienses chegaram a abrigar mais de uma centena de engenhos e engenhocas, produzindo cachaça e rapadura. Os alambiques de Paraty são destino obrigatório. Há seis alambiques em funcionamento. Todos são facilmente alcançáveis para uma visita, dada a proximidade entre eles e o Centro Histórico.

. Cachoeira – as Cachoeiras do Tobogã e a Poço do Tarzan são acessíveis com facilidade.

Cachoeira Do Toboga — Cachoeira do Tobogã

. Passeios de barco – para conhecer algumas das mais belas ilhas e praias da região. Seja em uma escuna ou em uma lancha privada, reserve pelo menos um dia para fazer um passeio desse tipo. Há uma infinidade de rotas, barcos e preços para você escolher. Os passeios de escuna saem do Cais e você pode adquirir os ingressos em diversas agências de turismo ou nas recepções dos hotéis, e os passeios duram em torno de 5 horas. Bom demais!!!

. Vila de Trindade – a distância entre Paraty e a Vila de Trindade é de 24 km, percorridos pela BR-101, em aproximadamente meia hora. É uma típica vila caiçara de pescadores. Já abrigou índios guaranis, depois colonos portugueses e piratas, até que nos anos 1970, virou refúgio dos hippies e point dos surfistas. Conheça as Praias do Sono, do Meio, Antigos, Antiguinhos, do Cachadaço e Cachoeira das Galhetas. Evite os feriados prolongados, pois a cidade não tem infra estrutura para receber um grande número de visitantes mas suas praias são lindas.

Trindade No Sossego — Pat no sossego de Trindade

Principais eventos

Carnaval com seu famoso Bloco da Lama
Semana Santa – a cidade mantém tradições que datam dos séculos XVII e XVIII, ocasião em que podem ser admiradas imagens e peças sacras com mais de 300 anos de existência. Essas peças ficam guardadas todo o ano no cofre do Museu de Arte Sacra de Paraty, saindo exclusivamente para esse evento. Um dos pontos altos da Semana Santa é a Procissão do Fogaréu
Festa do Divino – durante os dias da festa, o centro histórico da cidade é enfeitado com muitas bandeirinhas brancas e vermelhas, as janelas das casas também são enfeitadas seguindo a tradição. A festa tem duração de 10 dias. Com procissões, banda de música, apresentações de danças, leilões de pratos com comida típica e desfiles nas ruas.
Festa Literária Internacional de Paraty FLIP-anualmente a cidade de Paraty fica lotada de turistas, leitores e escritores que vão atraídos pelo evento já famoso nacional e internacionalmente, promovendo conversas sobre literatura e temas relacionados como teatro, cinema e ciência.
Festival da Cachaça, Cultura e Sabores de Paraty – cidade famosa por produzir cachaça ou aguardente de alta qualidade A festa foi idealizada pelos alambiqueiros para divulgar e tornar mais conhecida a cachaça e aguardente produzida em Paraty e região. O Festival da Pinga é realizado desde 1983.
Bourbon Festival de Jazz – contando com a presença de músicos e bandas brasileiras e assim como músicos e conjuntos internacionais de gêneros que muitas vezes vão do jazz, expandindo para os limites do blues e do rhythm and blues (R&B). O evento é gratuito. O grande palco é na Praça da Matriz, além de outros palcos menores espalhados pela cidade, e com vários artistas amadores que se apresentam pelas ruas do Centro Histórico.

Festa Do Divino — adorno da Festa do Divino

Gastronomia

Com inúmeras opções de restaurantes, a cidade oferece o melhor da culinária internacional, e também a saborosa cozinha caiçara, com sua exuberância de peixes e frutos do mar. Desde outubro de 2017, Paraty foi designada Cidade Criativa da Gastronomia pela UNESCO. Considero os restaurantes Banana da Terra, Quintal das Letras, Bartholomeu, Thai Brasil e Caminho do Ouro, como excelentes opções gastronômicas, porém existe um grande número de locais adequados a todos os bolsos.

Quando ir

O extremo sul do litoral fluminense se caracteriza por verões quentes e chuvosos e invernos sujeitos a ondas de frio — exatamente como o litoral norte paulista, região com a qual compartilha o paredão da Serra do Mar, que retém a umidade responsável pela existência da mata atlântica.

Em qualquer época do ano, Paraty estará charmosa e mágica, principalmente fora de feriadões e de férias escolares. Nos dias de semana, quando a densidade demográfica de visitantes é pequena, fica mais agradável andar por lá e descobrir seus segredos.

Como chegar

Paraty está a 240km do aeroporto do Galeão e a 280 km do aeroporto de Guarulhos.

Para quem deseja ir de carro do Rio de Janeiro, a melhor rota é pela BR-101 (Rio/ Santos), cujo percurso é feito pelo litoral e a vista é maravilhosa. Para quem sai de São Paulo, a BR-116, até Guaratinguetá, é uma boa opção. O trajeto final é pela BR-459. Também há ônibus de turismo saindo das Rodoviárias Novo Rio e Terminal Tiete, em SP.