Uma cidade que era coberta de moinhos, tranquilamente instalada no contorno do Rio Aven, na região da Bretanha – oeste da França.
A cidade conheceu a fama quando, no final do século XIX, um grupo de pintores se instalou por lá, para desfrutar da enorme luminosidade que havia no local. E ficou então conhecida como “a cidade dos pintores” .
É na verdade sem nenhum exagero o local onde a natureza e a arte se encontram. Onde a água salta entre as pedras arredondadas e faz girar hoje em dia ainda algumas rodas de moinho.
O rio e os jardins bem cuidados e floridos já dão uma primeira impressão ótima para qualquer um que chega para visitar. Um local para relaxar onde você anda pelas ruelas, atravessa uma ponte, senta em um café, admira uma galeria de arte, atravessa outra ponte, admira o rio, e por aí vai passando seu dia! As pontes em cima do rio são como se você estivesse atravessando uma rua pra lá e pra cá…
Se estiver indo em direção ao Porto, observe um painel com uma foto de uma das obras de Gaughin. Ele chegou à Pont Aven em 1860 e logo depois em 1886 coordenou o grupo que criou a conhecida “Escola de Pont-Aven”.
O que fazer
- Admire a Promenade Xavier – Grall – uma área florida à beira do Rio Aven, com pontes e bancos. O nome foi dado em homenagem ao poeta Xavier Grall que escreveu várias obras sobre a região da Bretanha. Você vai encontrar também no passeio um lindo banco de pedra com uma grande escultura/medalha em homenagem ao poeta.
- Visitar as galerias de arte no Centro. Uma atrás da outra, galerias charmosas e pequenas.
- Museu de Belas Artes de Pont-Aven – cerca de 4.500 obras retomam a vida artística da cidade durante um percurso interativo, ao mesmo tempo cronológico e temático, que explica o legado dos pintores dessa escola para a pintura moderna. No primeiro andar, a sala de jantar do Hotel Julia, que na época acolhia o grupo, foi reproduzida com fidelidade. O museu homenageia os pintores da escola chamada “de Pont-Aven” a partir do fim do século XIX. Paul Gauguin, mas também Émile Bernard, Paul Sérusier e Émile Jourdan. Todos foram invadidos pela luminosidade da “cidade dos pintores”. O Museu de Pont-Aven homenageia esses artistas em um cenário bastante contemporâneo.
entrada do Museu de Pont-Aven Museu parte interna
- Bois d’Amour (Bosque do Amor) – local onde os pintores armavam seus cavaletes. Uma delicia de passeio por um parque cheio de história. Na beira do rio as antigas lavadeiras lavavam suas roupas e foram retratadas por vários pintores.
- Capela Trémalo – capela do século XVI que fica dentro da área do Boi d’ Amour. Gaughin tornou seu crucifixo famoso quando o pintou em seu quadro “Cristo Amarelo”.
área interna capela Cristo Amarelo
- Moinho do século XV – seguindo rio abaixo. Um lindo lugar para uma foto especial da cidade
A Escola de Pont-Aven
Em busca de recursos e temas exóticos, vários pintores foram chegando à cidade no final do século XIX. A escola nasceu em 1886, quando artistas como Gaughin, Sérusier, Meyer de Haan e outros se estabeleceram na cidade. Eles iniciaram o que viria a ser uma grande comunidade de pintores de várias nacionalidades, motivados pela paisagem local e pelo interesse comum de desenvolver experiências envolvendo o uso das cores e linhas. Todos esses pintores juntos são os responsáveis segundo alguns historiadores de arte, pela sobrevivência e renovação do próprio Impressionismo, movimento a partir do qual iniciam suas pesquisas. Naquela época a região da Bretanha era a mais atrasada da França o que para eles era sinônimo de simplicidade e primitivismo, e a eles interessava vivenciar e tentar levar isso para duas telas.
Gaughin abandonou a situação estável e confortável em prol da arte, segundo ele explicava, trocando pela vida livre na arte e na pobreza.
Gaughin – Pont-Aven, le village Gaughin – Jacó e o Anjo
Curiosidades
A vestimenta tradicional antiga usada em cerimônia pelas mulheres eram as chamadas “bigoudène” que consistia de um gorro bordado branco alto de cerca de 30 cm de altura. Com o passar do tempo, deixou de ser usado mas virou o símbolo da região da Bretanha e assim continua. Essa é a razão por que você vai ver vários itens com esse símbolo.
O que comer
Não deixe de provar os biscoitos amanteigados de Pont Aven conhecidos como “galettes”. São deliciosos e você encontra em diversas lojinhas da cidade. Os mais conhecidos são da loja Traud-Mad na praça principal.
Além dos “galettes”, não deixe de provar o crepe dessa região. Ele é mais comum na versão salgada mas tem uma diferença na sua confecção. Ele é feito de trigo sarraceno que dá uma cor mais escura ao crepe. Ele tem a vantagem de não conter glúten. Em geral é recheado de queijo presunto bacon, queijo de cabra, ou seja, com ingredientes salgados.
Dica local
A cidade é pequena e não tem tantos hotéis assim. Eu fiquei no Hotel Moulin de Rosmadec que tem poucos quartos e é super charmoso. Um local com história pois pertenceu ao Marquês de Rosmadec, e seu restaurante foi o primeiro a ganhar estrela Michelin da Região da Bretanha. Numa das noites jantamos lá, claro… Foi nota mil. Só lamento por não ter filmado. Depois do jantar delicioso veio uma tábua de queijos que não consigo nem explicar o tamanho e nem a enorme variedade de queijos franceses. Depois de todas as explicações escolhi alguns queijos para degustar e ao arrumar no meu prato o garçom explicou a ordem em que deveria provar, do mais fraco para o mais forte, no sentido dos ponteiros do relógio. O cuidado deles com os queijos é algo a se apreciar! Serviço nota mil e comida idem!
Dica : Se puder visite a cidade no dia da feira e você vai ver um clima bem interessante e vai poder saborear deliciosos produtos locais incluindo os queijos, claro!
Para saber os dias das feiras na Bretanha :
Como ir
Pont-Aven fica a 536 km de Paris e as cidades que podem ser visitadas nesse percurso são várias e que valem à pena.
- de trem – o percurso leva 4h45min e é a maneira mais recomendada para fazer esse deslocamento.
- de carro – as estradas são ótimas e é a forma que mais gosto mas claro que depende do tipo de passeio. Durante os 536km que separam a cidade de Paris, você pode fazer parada em outras cidades e conhecer um pouco mais da Bretanha.
- de avião – você pode pegar um vôo até Lorient e depois ir de taxi até Pont-Aven o que leva em torno de 25 min.
Um pouco das fotos da “Cidade dos Pintores” chamada Pont-Aven
Pont Aven é daquelas cidades que você nunca sai sem se apaixonar.
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