Impossível falar de Barcelona sem falar do arquiteto espanhol Antonio Gaudí. Suas obras estão espalhadas por diversos lugares da Espanha, mas especialmente em Barcelona onde viveu por longos anos até sua morte. As construções idealizadas por esse gênio da arquitetura moderna do século XX surpreende profissionais, estudantes e turistas por sua originalidade. Em torno da monumental La Sagrada Familia, temos outras obras imperdíveis de Gaudí, que você pode incluir em seu roteiro quando for visitar a cidade.
Casa Batlló
Está localizada no centro de Barcelona. Localmente designada de Casa dos Ossos muito por causa da sua aparência exterior, em que o artista pretendia evitar linhas retas. O edifício impressiona por sua fachada decorada em mosaico (pedaços irregulares de cerâmica fragmentada das mais variadas cores). O telhado é arqueado e muitos acreditam que as características arredondadas representam a lança de São Jorge (santo padroeiro da Catalunha). A Casa Batlló foi comprada inicialmente em 1900 por Josep Batlló. Alguns anos depois, ele queria um trabalho único, uma casa diferente de tudo o que já tinha visto. Então, escolheu Gaudí para redesenhar toda a casa. O edifício foi completamente remodelado em 1906. Depois do proprietário inicial falecer, a casa sofreu continuas remodelações. Finalmente, em 1995 o atual proprietário decidiu abrir a casa ao público, e assim partilhar com o mundo a arquitetura fantástica que a compõe. Em 2002 com as comemorações do Ano Internacional de Gaudí iniciaram-se as visitas. A Casa Batlló é Patrimônio Mundial da Unesco.
Endereço: Passeig de Gràcia, 43
Preço da entrada: 25€ – adquira com antecedência o ingresso no site da Casa Batlló, principalmente se você está planejando ir a Barcelona entre julho e agosto pois as filas de visitação são longas.
Parc Guell
É um lugar arquitetônico intrigante, influenciado pelo movimento Art Nouveau e pelo Catalan Modernisme. Com tanto para explorar é necessário algumas horas para visitar todo o espaço. Este parque extremamente belo é uma das muitas obras-primas de Gaudí. Foi construído entre 1900 e 1914. Inicialmente foi pensado como urbanização para alojar as famílias abastadas da época. O local já era parque natural, numa colina rochosa com vegetação, algumas árvores e uma grande casa de campo, a Casa Larrard. Gaudí e Eusebi Guell queriam conceber uma área residencial de luxo, aproveitando a natureza. Mas, apenas duas casas foram construídas. E nenhuma delas projetada por Gaudí. Apesar disso, o arquiteto comprou uma dessas casas e mudou-se para lá com a família, onde viveu de 1906 a 1926. Hoje é onde está localizada a Casa-Museu Gaudí.
Mais tarde e após a morte de Eusebi Guell, a Autarquia de Barcelona adquiriu o parque e tornou-o público. Na entrada, está a Casa Del Guarda que hoje é parte do MUHBA (Museu de História de Barcelona). A escadaria dupla é dividida e decorada em mosaico de cerâmica partida (técnica chamada de trencadís). Aqui estão incluídas várias esculturas, uma delas é a salamandra El Drac, conhecida como o cartão postal do Park. Acima encontra-se a Sala Hipostila, um espaço coberto com 86 colunas. O teto é formado por pequenas cúpulas construídas com a técnica da abóbada catalã ou tabicada, revestida de colorida cerâmica quebrada. Na parte de cima da Sala Hipostila está localizada a Praça da Natureza. Deste ponto, a vista da cidade é magnífica. Um banco ondulado e colorido rodeia todo o recinto e foi projetado por Josep Maria Jugol, amigo e colaborador de Gaudí.
Numa outra área, o Pórtico da Lavadeira acaba numa rampa em espiral com colunas helicoidais. Em baixo a Casa Larrard, conserva ainda o seu estilo classicista original. Foi convertida em escola municipal, em 1931. Os Jardins da Áustria deve o seu nome à doação de árvores do país homônimo. Ao longe vêem-se duas casas, a Casa Trias, um projeto de Juli Batllevell e a casa modelo de Francesc Berenguer. Fora da Zona Monumental, na parte central do parque, está a Pont de Baix, uma ponte helicoidal que conecta outras partes do parque. Existem ainda dois viadutos, Pont del Mig e Pont de Dalt. Estes estão suspensos em colunas e com abóbadas feitas de pedra desfeita.
O Park Guell apesar de sua maioria ser gratuito, tem a Zona Monumental que é paga.
Sugiro fugir das visitas nos finais de semana, pois o parque fica muito cheio.
Endereço: Carrer d’Olot, s/n
Preço de entrada: 10 € (Zona Monumental) adquira ingresso no site https://parkguelles.barcelona.ticketbar.eu/pt/home
La Pedrera
Casa Milà é um dos Patrimônios Mundial da UNESCO em Barcelona. Foi a última residência projetada por Gaudí, construída no período de 1906 e 1912.
Também é conhecida com La Pedrera, por sua aparência ondulada. Na época, o prédio foi muito criticado por não respeitar as regras convencionais (esse é um dos atributos de Gaudí, não ser convencional). A fachada tem uma varanda de ferro desenhada por Josep Maria Jugol. Há algumas inovações como, um piso plano, uma garagem subterrânea e um terraço no telhado. Este é precisamente um dos destaques da casa, também designado de ‘jardim dos guerreiros’. Possui 28 imponentes chaminés, provavelmente para proteger as clarabóias, e são decoradas em mosaico de mármore, azulejos valencianos fragmentados e vidros de garrafas de champanhe quebrados. Gaudí também desenhou mobiliário para a Casa Milà. Uma vez que devido ao design incomum, a mobília ‘normal’ não seria adequada. Hoje restam apenas alguns desses itens. O edifício tem um pátio sustentado por pilares de ferro fundido com vigas elípticas.
No sotão, é possível ver alguns dos designs, modelos, planos, fotografias e vídeos de Gaudí. A Casa Milà conservou símbolos espirituais da religião católica como um trecho da oração do Rosário, estátuas religiosas de Maria e dos arcanjos São Miguel e São Gabriel, como tributo a religiosidade do artista. La Pedrera é uma excepcional obra de arte, imperdível para quem é realmente aficcionado nesse tipo de arquitetura, além de ser de grande harmonia em suas linhas interiores.
Desde 2013, a Fundació Catalunya La Pedrera, é responsável pelas visitas, exibições e atividades culturais no edifício.
Endereço: Passeig de Gràcia, 92
Preço de entrada: 24€ – adquira ingressos no site https://www.lapedrera.com/en/visits
Palácio Guell
O industrialista, político e mecenas das artes da época, Eusebi Guell, pediu que Gaudí construísse um palácio urbano para servir como residência de sua família. A construção teve lugar entre 1886 a 1888. No interior, o espaço e a luz é o ponto focal. Usando materiais como pedra, madeira, ferro forjado, cerâmica ou vidro, a criatividade de Gaudí não teve limites em linhas tão expressivas. A sala principal com as paredes e teto ornamentados, disfarçam a existência de pequenas janelas. Ainda no interior, podemos observar esplêndidas colunas de mármore. O telhado coberto de madeira e o habitual colorido mosaico irregular popularizado pelo arquiteto. Em 1969 o governo espanhol declarou o edifício, patrimônio histórico-artístico e em 1984 foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Algumas curiosidades acerca deste lugar incluem a rodagem do filme “The Passanger” (título original) de Michelangelo Antonioni. Embora não seja tão turístico como outras obras de Gaudí, é sem dúvida uma das construções que merece ser visitada.
Endereço: Carrer Nou de la Rambla 3-5
Preço de entrada: 5 € adquira ingressos no site https://entrades.palauguell.cat
Barcelona tem muito mais a oferecer e por isso não dá pra falar da cidade em uma unica postagem. Ainda temos mais por ai e espero que vocês gostem.
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