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Macchu Picchu – cidade perdida dos incas

Por: Patricia Lima

Machu Picchu é um sítio arqueológico localizado no Peru. Esse imenso santuário é considerado um dos locais mais enigmáticos da América Latina.  Situado na Cordilheira dos Andes, a 2430 metros acima do nível do mar, este Vale Sagrado para os Incas, está localizado sobre uma montanha de granito e abriga impressionantes construções erguidas com pesados blocos de rocha.

Vista De Machu Picchu Do Alto Da Montanha Waynapicchu
Vista de Macchu Picchu do alto da montanha Wayanapicchu

Em 1983, foi declarado pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, e em 2007 foi eleito uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno. No vale do rio Urubamba, perto de Cusco (antiga capital do Império Inca), Machu Picchu, que em quéchua, a sua língua nativa, significa “montanha velha”, é o local mais visitado do Peru e um dos mais visitados na América Latina. As ruínas deste grande símbolo do Império Inca encantam visitantes do mundo inteiro.

Machu Picchu 17
ruínas de Macchu Picchu

A cidade foi constituída de casas, praças, santuários, templos, cemitérios e aquedutos. Além disso, possuía locais (terraças em degraus) para o desenvolvimento da agricultura. A partir de sua construção, podemos vislumbrar as técnicas, a engenharia e os conhecimentos arquitetônicos e tecnológicos do Império Inca.

Vale lembrar que eles também criavam animais, sendo a lhama o mais popular do local. Há controvérsias em relação à sua utilização, uma vez que alguns historiadores acreditam que o local servia para a realização de diversos cultos. Com a chegada dos espanhóis ao nosso continente, a cidade permaneceu intacta, pois o local era de difícil acesso. Sendo assim, registros apontam que Machu Picchu não foi encontrado pelos colonizadores. Somente em 1911 é que o local foi redescoberto pelo explorador americano Hiram Bingham (1875-1956). A civilização Inca que habitava outros locais foi dizimada pelos conquistadores e somente Machu Picchu se manteve intacta. 

Lhamas Nas Terracas De Machu Picchu
lhamas nas terrazas de Macchu Picchu
Machu Picchu 11
Machu Picchu 7

A grande montanha de Waynapicchu – “montanha nova” em quéchua, o barulho das corredeiras do Rio Urubamba e as nuvens que envolvem o Vale Sagrado ao amanhecer, ajudam a compor o clima misterioso que cerca as ruínas incas de Machu Picchu.

Inicio Da Trilha Da Subida Da Montanha Waynapicchu
Vera e a amiga Sandra iniciando a subida da montanha de Waynapicchu

Estudos apontam que a civilização escolheu a pedra como elemento principal de construção, porque era considerada sagrada para eles.

Um dos elementos mais emblemáticos da cidade sagrada é o relógio de sol, Intihuatana – “lugar onde se amarra o sol” em quéchua. Feito de pedra, ele está localizado no ponto mais alto da cidade. Delicadamente esculpida, a peça se alinha aos pontos cardeais e era utilizada para registrar a passagem do tempo, além de auxiliar na agricultura.

Relogio 2
Relogio
relógio de sol Intihuatana

Além do caráter sagrado da região, os incas escolheram o local pela altitude, pois era mais apropriado para estudos astronômicos.

 Parte das terrazas servia como área agrícola. Sua função mais importante, contudo, era dar suporte à cidade e prevenir a erosão do solo por meio de um engenhoso sistema de drenagem. Por isso, ocupam o entorno de toda a montanha.

No total, a cidade perdida dos Incas tem 530 metros de comprimento e 200 metros de largura. O sítio arqueológico foi povoado entre os anos de 1450 a 1540. As famílias que lá viviam cultivavam principalmente milho e batata e deixaram a cidade antes da chegada dos espanhóis, provavelmente motivados por moléstias.

O local exala energia e permite aos visitantes desvendar um pouquinho de um povo que guardava um conhecimento muito avançado, especialmente para a época. Andar por lá é conhecer a história, o modo de vida, e se surpreender com o conhecimento de matemática, astronomia e acústica que os incas possuíam. Sabendo disso, é quase impossível não se perguntar como um lugar tão grandioso foi construído.

Machu Picchu 4
Machu Picchu 5
Machu Picchu 6
Machu Picchu 8
visitando as ruínas incas

Wayannapicchu ou Huayna Picchu

Na clássica foto de Machu Picchu, a Wuaynapicchu é a montanha piramidal que fica ao fundo. A cada dia, 400 pessoas têm permissão para subi-la, sendo 200 entre 7 e 8 horas e outras 200 entre 10 e 11 horas (ao comprar o ingresso pela internet, é preciso selecionar a opção Huayna Picchu e escolher o horário). A trilha é estreita e bastante íngreme, e é preciso se agarrar em cordas em alguns pontos. Somente lá do alto, você consegue ver toda a cidadela. Ver Machu Picchu inteira de cima além da estradinha ziguezague que sobe a montanha junto com outras montanhas, é um deslumbre!

Montanha Waynapicchu
montanha Wuaynapicchu
Olhando Para Waynnapicchu 1
Vera olhando para Waynapicchu ao amanhecer

Dica

No dia que chegar a Cusco (localizada há 3400 metros acima do nível do mar), fique atento às recomendações sobre o mal de altitude, chamado de hipobaropatia ou soroche, pois pode ser o vilão de sua viagem. Entre os sintomas que a “doença” provoca estão: náuseas, dores de cabeça, tontura, perda de apetite, insônia e falta de ar. A melhor estratégia para combater este mal está em beber muita água, evitar comidas gordurosas e bebidas alcoólicas, mascar folhas de coca ou beber o chá das folhas e não fazer muito esforço.  Você encontra as folhas logo na chegada, no aeroporto de Cusco e em todos os locais da viagem. Lembre-se de que essas folhas não são alucinógenas, mas mesmo assim não podem ser transportadas para fora do país. 

Como chegar

Não há vôo direto do Brasil. É necessário fazer escala em Lima (capital do Peru), para Cusco, “umbigo “do mundo” na língua quéchua. O trecho Lima–Cusco é operado pelas companhias aéreas Taca Peru, Viva Air, Peruvian Airlines e LCPeru.

Chegando a Cusco (brevemente faremos um post falando de Cusco), temos 3 alternativas para chegar a Águas Calientes e de lá para Machu Picchu:

  1. Confortável: Ir de trem – esta é a maneira ideal para as pessoas com dificuldades de locomoção, pouco preparo físico e que não são adeptos a aventura. São duas as empresas de trem que operam a rota: Inca Rail e Peru Rail. Não há grandes diferenças entre elas. O que muda mesmo são os horários, o que impacta o seu roteiro. O preço médio das passagens é US$ 55 o trecho nos vagões econômicos, já que existem classes superiores que custam bem mais caro. Há estações ferroviárias em Cusco e nas redondezas. Por isso, as próprias empresas oferecem alternativas bimodais, ou seja, incluem ônibus até a estação e o bilhete de trem na mesma passagem. Você pode embarcar nas estações abaixo e a cada opção você tem possibilidades diversas

pela Estação San Pedro : aberta aos turistas em 2019, esta é a estação mais cômoda para ir a Machu Picchu a partir de Cusco. Ela fica a pouco mais de 10 minutos de caminhada da Plaza de Armas, ponto principal do centro histórico. No que diz respeito à duração da viagem, não é a mais curta, pois são 4 horas de trem, ou seja 1 hora a mais que a mais rápida – Estação Poroy. Todavia, essa espera extra pode valer a pena, se você não quiser o deslocamento extra de carro.

pela Estação Poroy : fica a 25 minutos de Cusco e é acessível de táxi e Uber. Na temporada de chuva, de janeiro a abril, fica fechada. Mas quando está aberta – de maio a dezembro – é uma opção bem conveniente, pela facilidade de acesso. Dessa maneira, para ir de Cusco à estação Poroy, basta ir de táxi ou Uber. A viagem de trem saindo de Poroy à Águas Calientes dura cerca de 3 horas, fora os 20 minutos de carro. Desse modo, são 3 horas 20 minutos no total.

pela Estação Ollantaytambo – apesar de mais distante de Cusco (2 horas de viagem), fica aberta o ano todo. Se você quiser otimizar seu tempo, uma alternativa é embarcar no trem após o passeio do Vale Sagrado dos Incas ( recomendo fazer). Isso porque o sítio arqueológico de Ollantaytambo fica próximo à estação. O tour por ali acaba por volta das 15h, e o primeiro trem depois disso sai às 16h. A partir da Estação Ollantaytambo, a viagem de trem dura 2 horas, fora as outras 2h de ônibus. Logo, são 4h no total.

Trem Cuzco
viagem de trem

Trem Estacion
Estação Ollantaytambo

2. Econômica: van e caminhada pela hidrelétrica. Essa alternativa é a mais barata, porém envolve algum esforço físico e demora algumas horas a mais que o trem: são 8 horas, ao todo. A Central Hidrelétrica Machu Picchu é o ponto mais próximo de Águas Calientes que a van chega. Sendo assim, ao descer do veículo, você seguirá o restante a pé, numa caminhada de 2 horas ao lado dos trilhos de trem. O terreno é quase todo plano e bem movimentado, já que muitos viajantes optam por esse caminho. Procure uma agência de turismo, como aquelas na Plaza de Armas, para comprar a passagem da van. O preço médio por trecho é de S. 50 (Nuevo Sol – moeda peruana). Na volta, atente-se ao horário, pois as últimas vans saem da hidrelétrica por volta das 16h. Logo, saia de Águas Calientes no máximo até as 13h30.

3. Emocionante: caminhada pela Trilha Inca. Rota procurada pelos amantes de trilhas, uma vez que varia de 2 a 4 dias de caminhada. São 43 km de caminhada repleta de montanhas, rios e paisagens deslumbrantes. Toda essa aventura tem um preço: em média de S. 2000 (Nuevo Sol), por adulto, o que dá em torno de 140 dólares ida e volta. Logo, é a mais cara das opções para ir a Machu Picchu. Mas para quem é apaixonado por esse tipo de programa, talvez compense pela intensidade da experiência. A contratação do trajeto pela Trilha Inca se dá com agências de turismo, e como é bastante popular, você encontrará até algumas brasileiras oferecendo o serviço. Dessa forma, pode fechar o pacote on-line ou negociar em Cusco, nas várias agências por lá. Recomenda-se fazer o percurso por agência devido à dificuldade da trilha. Com os guias profissionais, você terá suporte para seguir o caminho com tranquilidade, ajuda em caso de imprevistos e orientações gerais.

De Águas Calientes você chega à entrada de Machu Picchu de micro-ônibus (não existem outros veículos autorizados) e o tempo de viagem gira em torno de 20 minutos, ou a pé (já fui das 2 maneiras). A pé, percorri o caminho por uma trilha de madrugada para chegar ao sítio arqueológico no início da manhã (antes da abertura do sítio arqueológico) e subir Wayannapicchu (“montanha nova” em quéchua), pois queria fazê-lo no 1º horário de acesso. O número diário de acesso à montanha é limitado. A subida é muito, muito cansativa, e pessoas com dificuldades de locomoção não devem tentar subir, pois em alguns trechos é necessário passar por áreas perigosas, mas ao final, tem-se toda a visão do alto da Cidade Sagrada dos Incas.

Recomendo dormir em Águas Calientes e seguir para Machu Picchu no dia seguinte bem cedinho. Durante a tarde desse mesmo dia, você pode retornar para Cusco.

Capa

Como visitar

Em 2019 foram estabelecidas novas regras de visitação em Machu Picchu. Os ingressos agora separam os grupos em 9 horários de entradas diferentes (das 6h às 14h, com um grupo a cada hora). As visitas terão duração máxima de quatro horas.

No momento da compra, você deverá decidir pela visita da cidadela apenas ou se prefere incluir uma das montanhas − Machu Picchu ou Waynapicchu – acessíveis por trilha.

As compras podem ser feitas no site https://www.machupicchu.gob.pe, a partir de seis meses antes do passeio. Se decidir pela subida às montanhas, o seu ingresso à cidadela deverá obrigatoriamente ocorrer no horário da manhã. 

Com a nova medida, os turistas também são obrigados a contratar um guia turístico e três circuitos de visitação foram definidos. Caso o visitante queira voltar ao sítio histórico pela segunda vez na mesma viagem, não é necessária a contratação de guia, bastando a apresentação do ingresso da primeira visita, mas ainda é necessária a compra de um novo ticket. Ou seja, o visitante tem que sair do parque ao terminar o circuito, impedindo o reingresso, que antes permitia duas entradas no mesmo dia com apenas um ingresso. Agora, como o horário de entrada é restrito, se o visitante quiser voltar, será preciso comprar um novo bilhete.

Objetos como pau de selfie, tripé, mochilas muito grandes, sombrinhas, bebidas alcoólicas, carrinhos de bebê e drones passaram a ser proibidos no local. 

Machu Picchu é um lugar impressionante sob inúmeros aspectos.

É daqueles destinos que você tem de colocar no topo da lista de lugares para conhecer antes de morrer.

Machu Picchu 14
Vale Sagrado 1
Vale Sagrado
Vale Sagrado De Machu Picchu
Porta do Sol no Vale Sagrado
Machu Picchu 13
Vale Sagrado

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1 comentário

  • Lima – a fascinante capital do Peru – Viagens Especiais disse:

    […] Peru tem sítios arqueológicos importantíssimos e Machu Picchu é um dos mais visitados do mundo. Já fizemos um post sobre essa maravilha arqueológica e Lima […]

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